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Philosophia, como diziam os gregos, é amor à sabedoria. Esta sabedoria se reconhece por uma certa qualidade de felicidade – André Comte-Sponville

A parte principal da felicidade humana surge da consciência de ser merecidamente amado – Adam Smith (no século XVIII)

É apenas um leve exagero dizer que a felicidade é a experiência de passar o tempo com as pessoas que você ama e que amam você – Daniel Kahneman (psicólogo, ganhador do Nobel em Economia em 2002, sem nunca ter cursado economia).

Pitágoras de Samos (século VI a.C.) teria sido o primeiro ser humano a se autodenominar “filósofo”. Alguém teria perguntado se ele era um sábio. Ele teria respondido que não: “Sou apenas um amante da sabedoria. Busco o conhecimento, sem a pretensão de possuí-lo completamente”. Pitágoras consideraria que essa sabedoria era também uma certa qualidade de felicidade.

Há algumas décadas o interesse de estudiosos de diferentes áreas das ciências sociais e humanas pela unidade da obra de Adam Smith vem crescendo de maneira impressionante, em diversos países. Tornaram-se frequentes manifestações ressaltando que uma compreensão mais realista e integrada dessa obra pode contribuir para o debate atual de temas importantes em diferentes áreas do conhecimento, além da Economia.

Em que consiste uma releitura dessa monta e quais os benefícios que dela se poderia obter na atualidade que justifiquem tamanho esforço? Parece-me adequado adiantar uma impressão pessoal genérica sobre essa releitura que ainda se encontra em pleno andamento: a principal motivação de Adam Smith para escrever a sua obra (inacabada), publicada em vida e post morten, foi contribuir para a compreensão da natureza humana, a continuação do processo civilizatório e a felicidade de todas as pessoas.

Mesmo considerando que não se sabe com precisão, até hoje, o que é felicidade, não é verdade que “philosophia” significava, na sua origem, “amor à sabedoria” – sendo essa sabedoria uma certa qualidade de felicidade? Então, para alguém que sempre foi, durante toda a sua vida adulta, até a morte, antes de tudo um filósofo moral, outro não poderia ter sido o seu principal interesse. Neste sentido, não deveria surpreender o fato de que, inspirada nessa revisão da sua obra, já tenha sido publicado, dentre tantas análises eruditas, até mesmo livro de autoajuda (“How Adam Smith Can Change Your Life”, by Russ Roberts, 2014).

Para Sócrates e Platão, as virtudes não são apenas meios para alcançar a felicidade, mas a vida virtuosa em si já é uma vida feliz. O filósofo moral Adam Smith adotou a ética das virtudes, mas acresceu a ela uma teoria da formação dos valores morais baseada na empatia, nas relações sociais e na figura do “observador imparcial”.

Aristóteles, por sua vez, considerou que bens materiais também podem ser úteis para garantir uma vida digna e o exercício das virtudes, de maneira mais plena. Ele defendia que não há nada de intrinsecamente condenável na posse da riqueza, mas prevenia que o apego excessivo a ela pode se tornar uma fonte de deterioração moral e infelicidade.

No livro A Teoria dos Sentimentos Morais aparecem inúmeras vezes a palavra felicidade. O livro A Riqueza das Nações, indissociável da obra filosófica, também tem a ver com a felicidade. Mas apenas no sentido Aristotélico sobre a relação entre riqueza material e felicidade, conforme mencionado por Adam Smith neste livro: “…nenhuma sociedade pode ser florescente e feliz se a grande maioria dos seus membros é constituída de pobres e miseráveis”.

Portanto, sobre a relação entre riqueza material e felicidade, essencialmente Smith assumiu a posição de Aristóteles. Mas foi muito além, ao se empenhar em demonstrar, por meio de seu livro A Riqueza das Nações, de que forma as sociedades podem superar a miséria e a pobreza de todas as pessoas.

Por intermédio das postagens neste espaço irei compartilhar gradualmente a minha visão pessoal sobre o significado e importância para o presente dessa releitura ainda em andamento da unidade da obra de Adam Smith. E a minha impressão de que ela ainda não foi suficiente para retirá-lo da incômoda posição que tem ocupado como um dos pensadores mais incompreendidos da história da filosofia e da economia. E por quais motivos.

TEMAS QUE SERÃO ABORDADOS

  • Estágio Atual da Teoria Econômica e História do Pensamento Econômico

  • Adam Smith e seu Projeto (Inacabado) de Oeuvre

  • Resenha/releitura sobre a Unidade da Obra Filosófica de Adam Smith – Conhecimento, Ética, Riqueza Material, Felicidade

  • Resenha/releitura sobre a Obra Econômica de Adam Smith (como parte da obra filosófica) – O Livro A Riqueza das Nações

  • Adam Smith e a Atualidade: Teoria Econômica, Neoliberalismo e Capitalismo Contemporâneos

  • Economia Brasileira e Economia Mundial

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